“Outdoor” é a maneira como muita gente hoje chama a boa e velha arte de tirar fotos de paisagem. O nome é novo (significa algo como ao ar livre), mas a ideia continua sendo a mesma: capturar imagens incríveis da natureza, em uma tradição que remete a artistas como Ansel Adams e Eliot Porter.
O Brasil, com sua variedade de cenários naturais, é um enorme playground para quem curte esse tipo de fotografia. Muitas vezes, nem é preciso ir longe para encontrar o lugar ideal para praticar: aonde quer que se olhe, há uma praia, montanha ou campo perfeito para se fazer bons cliques.
Os mais aventureiros, por outro lado, têm a possibilidade de procurar novas paisagens mundo afora. Há muita oferta de trips fotográficas conduzidas por profissionais experientes e com destino a lugares mágicos (essa é uma das especialidades da Venturas, aliás).
Se você está dando os primeiros passos no universo da fotografia outdoor, deve ter algumas dúvidas sobre como tirar boas fotos de paisagem. Por isso, reunimos algumas dicas para você começar logo a sua jornada como fotógrafo de natureza. Vamos lá!
A câmera ideal para tirar fotos de paisagem
Uma frase que é clichê em qualquer segmento da fotografia é a seguinte: “A melhor câmera é aquela que você puder comprar”.
De fato, com criatividade e talento, até um smartphone se converte em uma câmera eficiente. Essa certeza nos leva ao segundo clichê mais popular: “O que faz a foto não é a câmera, mas o olhar”.
Deixando de lado questões filosóficas, sempre é bom ir para o mato com um equipamento mais ajustado à função. Portanto, considere investir em uma câmera DSLR — também chamada de reflex.
É o tipo de câmera que a maioria dos profissionais usa. Possui uma construção mais resistente e tem excelente qualidade de imagem. Além disso, os principais fabricantes desenvolveram uma linha de reflex de entrada, que são câmeras destinadas a usuários que estão migrando dos modelos mais simples para os mais complexos. As entry levels possuem quase os mesmos atributos de uma profissional, mas são muito mais baratas.
A objetiva
Câmeras DSLR permitem que se trabalhe com diferentes tipos de lentes (ou objetivas). Normalmente, elas saem da loja com uma lente zoom, que permite aproximar um pouco os motivos ou conseguir uma relativa amplitude. Essa objetiva, ainda que simples, dá conta do recado na maioria das situações.
A 18-105mm que vem em alguns kits é uma opção bastante funcional, pois reúne as características de grande-angular e telefoto. Ou seja, além de possibilitar que você cubra cenas com maior amplidão — algo que normalmente ocorre em ensaios de fotografia de paisagem —, permite aproximar objetos distantes e fazer fotos de planos mais fechados.
O tripé
Uma vez que tenha escolhido a sua câmera, pense na possibilidade de também adquirir um tripé. Trata-se de um equipamento providencial para a fotografia outdoor, especialmente em condições de baixa luminosidade, quando é necessário usar tempos de exposição muito longos.
A longa exposição ocorre quando você utiliza um tempo de obturação muito elevado. O obturador é um dos três pilares da composição fotográfica (os outros dois são a abertura do diafragma e a sensibilidade ISO).
O obturador controla a quantidade de luz que atinge o sensor e é responsável pela sensação de movimento. Quanto maior o tempo de obturação, maior a chance de aparecer na imagem o borrado ocasionado pela movimentação do motivo. Um obturador mais rápido, por sua vez, congelará a ação.
Assim, se você quiser capturar o movimento das asas de um beija-flor, por exemplo, precisa usar um obturador mais lento (tipo 1/250s). Se desejar registrar o bichinho parado no ar, tem que aumentar a velocidade do obturador para 1/500s, pelo menos.
Fotos noturnas
Realizar fotos noturnas, em ambientes com pouca iluminação, também requer longas exposições. Normalmente, recorremos ao modo bulb, que nos permite “segurar” o obturador aberto pelo tempo em que mantivermos o botão de disparo apertado.
Para isso, é necessário dispor de um tripé, ou a imagem ficará totalmente tremida. Mas ele também mostra o seu valor em cliques panorâmicos (quando fazemos uma série de fotos e depois as juntamos em um programa de edição, como o Photoshop) ou simplesmente para auxiliar na composição cuidadosa de uma cena estática (como uma paisagem).
A composição
Já que entramos nesse assunto no tópico anterior, vamos falar um pouco sobre composição. Compor significa organizar os elementos que você pretende fotografar de uma maneira que o conjunto fique mais harmonioso.
Uma maneira de alcançar esse resultado é recorrendo a uma técnica muito utilizada pelos fotógrafos, chamada de regra dos terços.
Ela é popular porque é fácil de aplicar — e dá bons resultados. Consiste em dividir mentalmente a cena que você vê através do visor da câmera em nove quadros iguais. Seria como riscar um “jogo da velha” no visor da câmera (algumas realmente mostram essa divisão na tela, facilitando o processo).
A interseção das linhas forma quatro pontos, chamados de pontos de ouro. Esses pontos têm um grande valor composicional. A ideia é procurar posicionar o elemento principal da imagem em algum desses pontos.
Funciona assim: caso você esteja fazendo um retrato, posicione o olhar da pessoa em um desses pontos. Se o elemento for uma árvore, digamos, coloque-a sobre os dois pontos à esquerda ou à direita. O objetivo é descentralizar o motivo principal, o que geralmente dá um melhor resultado.
Ao fotografar paisagens, posicione a linha do horizonte sobre os dois pontos superiores ou inferiores. Caso você queira dar maior destaque ao que está acima da linha do horizonte, posicione-a sobre o terço inferior. Se, por outro lado, quiser destacar o que está abaixo da linha do horizonte, coloque-a sobre o terço superior. E evite deixar a linha do horizonte torta!
A prática de tirar fotos de paisagem
A melhor maneira de dominar as potencialidades do seu equipamento e a aplicação de conceitos como o descrito acima é praticando.
Quanto mais vezes você puser a mochila nas costas e sair para clicar a natureza, mais vai evoluir. Teste seu equipamento, altere os valores de exposição e retorne aos locais que fotografou anteriormente para novas sessões.
Em resumo, fotografe muito. E não se frustre ao constatar que muita coisa ficou ruim. O caminho da excelência exige muita tentativa e erro (e, por sorte, você não precisa mais gastar filme com isso).
Não deixe também de ver muita imagem. Conheça o trabalho de grandes nomes na fotografia outdoor, como o especialista brasileiro André Dib e o alemão Gürel Sahin, um fotógrafo de casamentos que realiza grandes fotos de paisagem, entre vários outros. O já citado Ansel Adams também é uma referência obrigatória.
Outra possibilidade é participar de oficinas e cursos ministrados por fotógrafos experientes. Como dito lá no início, algumas operadoras realizam workshops e viagens para destinos nacionais e internacionais com o objetivo exclusivo de ensinar os participantes a fazer grandes fotos de paisagem.
É o caso da Venturas. Se o seu objetivo é fazer imagens inesquecíveis em paisagens de tirar o fôlego, oferecemos workshops fotográficos no Atacama e também na Islândia, entre outros destinos. Conheça nossos pacotes e aventure-se: você vai se amarrar!