Viajar para a Patagônia Argentina é uma daquelas experiências que em algum momento da nossa vida pensamos em realizar, principalmente quando o assunto é lugar exótico, diferente e próximo à natureza.
O primeiro passo é começar a pesquisar um pouco mais sobre o destino, bem como ver as imagens e fotos, que na maioria das vezes vão te deixar sem palavras e com mais vontade de conhecer. É nesse momento que quase sem perceber, você escolheu para onde vai em sua próxima viagem.
Na imensidão de lugares e coisas para fazer na Patagônia, difícil é definir o que de fato colocar no pacote de viagem. Mas nada melhor do que uma boa orientação dos agentes de viagem para amenizar esses problemas.
Feito todo planejamento da viagem é hora de colocar o pé na estrada.
Como viajar para a Patagônia Argentina? O que visitar?
Saindo do Brasil a forma mais fácil é ir por Buenos Aires. Um pouco mais de duas horas e meia de avião. De lá faz-se conexão para El Calafate em aproximadamente três horas de voo.
El Calafate.
Com uma população em torno de 85 000 habitantes, El Calafate está localizada na província de Santa cruz, na Argentina, bem próximo à fronteira com o Chile.
Pequena e Charmosa, a cidade possui toda infraestrutura para receber bem seus visitantes, com diversos restaurantes, bares, agências de turismo, passeios e hotéis. Ao visitar El Calafate, não deixe de experimentar a fruta calafate que dá o nome a cidade e é oferecida em sorvetes, licores e sucos. Ainda na gastronomia é quase obrigatório experimentar o cordeiro patagônico, que é servido cozido ou assado, prato típico da região.
Lá são muitas as atrações turísticas. Pode-se conhecer o Parque Nacional Los Glaciares, fazer um Safari Náutico, caminhar pelas Passarelas do Perito Moreno, fazer o Trekking no Perito Moreno, caminhar às margens do Lago Argentino, conhecer as estâcias (Fazendas), bem como caminhar pelas lindas ruas de El Calafate.
O período entre os meses de novembro a março, é uma das melhores épocas para visitar El Calafate. Além de ter temperaturas mais amenas, com média de 15º, tem o fato de o dia ser mais longo. Amanhece às 5h e só anoitece às 23h, proporcionando assim mais tempo de claridade e atividades para fazer.
O Perito Moreno.
O Perito Moreno é sem dúvida um dos lugares que não pode faltar no seu roteiro de viagem. Existem algumas formas de conhecê-lo e nós fomos através do safári náutico, onde o catamarã chega bem próximo ao glaciar. Depois seguimos para as passarelas de madeira, onde é possível caminhar e ver toda aquela beleza em diversos ângulos. O local possui estrutura turística com restaurante, café e loja de souvenirs. Situado a 80 km da cidade de El calafate, o Perito Moreno fica localizado dentro do Parque Nacional de Los Glaciares.
Com uma extensão de cinco quilômetros de largura e apresentando sessenta metros de altura, o glaciar é realmente um verdadeiro monumento da natureza, considerado uma das reservas de água doce mais importantes do mundo. É recomendado um dia inteiro para apreciar essa beleza natural, pois você poderá combinar o safári náutico com as passarelas do Perito.
Ao retornar para cidade, tivemos tempo para aproveitar bastante, pois no verão o dia só escurece bem mais tarde. Recomendo uma caminhada pela avenida central e pela orla, onde se pode fazer observação de animais.
Outra opção é conhecer uma cidade vizinha, El Chálten. Localizada a 220 km de distância por estrada asfaltada, fica bem próxima às montanhas e oferece belas paisagem e várias possibilidades de ótimas caminhadas.
El Chálten é considerada a capital nacional do trekking.
A cidade de El Chálten é considerada a capital nacional do trekking, e por isso é bastante conhecida pelas atividades que são desenvolvidas na região. Além de trekking é possível fazer escaladas e acampamento, tudo em uma região belíssima e muito bem organizada. As trilhas podem ser realizadas sem a ajuda de guias e o visitante tem total imersão a natureza. Quando estivemos lá pudemos fazer a caminhada da Laguna Capri. Uma trilha com total de 8km de distância, sendo 4 km de ida e mais 4 km de volta, com duração aproximadamente de 4 horas de caminhada, sendo que alguns conseguem fazer em menos tempo. A sugestão é levar um delicioso lanche de trilha e guardar para degustá-lo no final da caminhada, pois é quando você ficará de frente com a Lagoa Capri cercada pelo monte Fitz Roy.
Para quem está com mais tempo de viagem é aconselhável pelo menos um pernoite em El Chálten, porém se você não tem mais um dia pode fazer esse passeio de ida e volta saindo de El Calafate.
Ushuaia.
Saímos de El Calafate de avião e em menos de uma hora de voo nós já estávamos pisando em solos do fim do mundo, como é carinhosamente conhecida Ushuaia. Mas para quem sai direto do Brasil para Ushuaia, a melhor opção seguir para Buenos Aires e então voar mais 4 horas.
O aeroporto de Ushuaia é bem pequeno, mas extremamente charmoso. Fique atento a paisagem quando estiver prestes a pousar pois a paisagem é impressionante com morros nevados e lagos entre montanhas.
Após o desembarque, seguimos para o hotel, e fomos acomodados. Nesse dia é importante não colocar nenhum passeio para que você consiga conhecer um pouco da cidade e aproveitar o que ela oferece. E foi justamente isso que fizemos!
Aproveitamos para fazer algumas coisas que pesquisei antes de viajar, como carimbar o passaporte na cidade do fim do mundo, e levar esse registro de lembrança da viagem. Ah, os cartões postais também são lembranças bem comuns por lá. O indicado é enviar da agência de correio do Parque Nacional, que é considerado o autêntico correio do fim do mundo.
Ushuaia, capital da Província da Terra do Fogo, tem pouco mais de 80 000 habitantes. Seu nome quer dizer baía profunda e tem origem indígena, habitantes de origem do local.
A cidade foi colonizada por europeus em meados do século XIX, onde os jesuítas chegaram com o objetivo de catequizar os indígenas. Porém, logo desistiram devido a algumas epidemias trazidas por colonizadores. A cidade seguia crescendo muito lentamente e no início do século XX se deu a construção de um grande presídio e como consequência, muitos funcionários e novos colonos começaram a se interessar pela região.
Ainda na primeira metade do século o presidio foi extinto e aos poucos a cidade foi se tornando atrativa, com a melhoria de infraestrutura, instalação de serviços e teve a criação de incentivos governamentais para a fixação de novos residentes. Junto a tudo isso, começaram a incentivar a parte turística e a ser conhecida como a cidade mais austral do mundo, tornando-a assim uma região turística.
Ainda aproveitando o dia de chegada, no turno da tarde, caminhamos pela avenida San Martin, principal avenida de Ushuaia, conhecendo os restaurantes, cassinos, lojas, e vendo um pouco da rotina da cidade que é conhecida também por ser zona franca (livre de impostos).
Na gastronomia.
Além de poder degustar o cordeiro assado ou cozido, é tradicional de Ushuaia a Centolla, o “caranguejo grande”. Servido na maioria dos restaurantes, é possível pedi-lo inteiro ou somente suas enormes patas. Além disso, ir à Argentina e não comer seu famoso doce de leite é como ir a Salvador e não comer acarajé. Então vale muito a pena degustar essa iguaria tradicionalíssima em solo argentino e em Ushuaia também.
A cidade é muito tranquila, é possível caminhar pelo centro e conhecer tudo. Em relação aos passeios é indicado contratar empresas especializadas para escolher o que quer conhecer. São muitas opções de atividades que variam de acordo com a estação do ano. No inverno existem opções diferenciadas como trenós puxados por cães e motos de neve entre outros. Segue abaixo cando alguns passeios tradicionais que são oferecidos como:
Navegação no canal Beagle, passeio com os pinguins, off road 4×4 nos Lagos Escondido e Fagnano, Parque Nacional da Terra do Fogo, Laguna Esmeralda, trem do fim do mundo, Centro invernal Tierra Mayor, museus e estações de esqui (inverno).
Nos dias em que tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais da cidade do fim do mundo, fizemos o passeio do Parque Nacional da Terra do Fogo, onde pudemos ver lagos, a vegetação e fauna locais, a ação dos castores e caminhar por pequenas trilhas. Lá também oferece ao visitante o correio do fim do mundo, loja de souvenirs e restaurante.
Como é um passeio de meio dia, o fizemos pela manhã e pela tarde seguimos para a navegação no canal Beagle, que conecta o oceano Atlântico e Pacífico. Para a navegação, embarcamos no porto turístico do canal Beagle através do Paso Chico.
Navegação no Canal Beagle.
O Canal Beagle pertence à Argentina e ao Chile, nesse passeio nós navegamos pelo lado argentino, onde também ao fundo podemos ver as montanhas e ilhas do lado chileno.
Ao sair de Ushuaia é possível admirar essa a “baía de Ushuaia” e ver como é cercada por lindas montanhas e glaciares. No trajeto passamos pela ilha dos pássaros, onde pudemos observar a diversidade das aves fueguinas. Lá encontra-se as skúas, albatroz, gaivotas, cauquenese, pato e cormoranes (aves que ao longe parecem pinguins), e foi justamente esse último que tivemos a oportunidade de ver. A outra parada foi na ilha do Farol onde além de abrigar o farol, tem os lobos marinhos como moradores da ilha.
Em todo o passeio de catamarã o guia vai contando um pouco da história local e dos animais que habitam aquelas ilhas. Sem dúvida um passeio rico em informações, em belezas naturais e claro bastante prazeroso. Dentro da embarcação o visitante tem a opção de navegar pela parte externa ou interna do Catamarã que é bem confortável e oferece infraestrutura em lanchonete e café.
Na volta do passeio, como era verão, o clima ameno e o dia escurecendo mais tarde, seguimos conhecendo mais um pouco da cidade.
Lagos Escondido e Fagnano.
No outro dia era o momento de se aventurar em mais paisagens, onde fomos conhecer os lagos Escondido e Fagnano. Passeio que é realizado em dia inteiro, com intervalo de almoço. No passeio a primeira parada foi no mirante do Valle Carbajal, localizado na Rota 3 conhecida por ser o trecho final da Rodovia Panamericana, conhecida por começar no Alasca e chega até o Ushuaia. Nesse mirante a parada é para apreciar a vegetação e as belezas dos morros. De lá seguimos para conhecer um centro invernal, onde encontram-se os cachorros husky siberiano que no inverno puxam os conhecidos trenós. No centro invernal também tem pistas de patinação, snomobil e restaurante. Como fomos no verão, pudemos ver a criação dos cachorros e foi nossa parada de almoço.
Seguindo o passeio fomos em direção ao Lago Escondido e Fagnano, sendo que antes paramos no mirante, Paso Garibaldi, localizado mais a beira da estrada, onde observamos o Lago Escondido em primeiro plano, além de uma parte do Lago Fagnano ao fundo. Uma parada obrigatória para avistar de cima os lagos e ter uma dimensão de sua grandiosidade.
O Lago Escondido tem esse nome por estar localizado entre a Cordilheira dos Andes e ser rodeado por bosques. Ele está a 60 km da cidade de Ushuaia. Seguindo nosso passeio, fomos admirando as cordilheiras e a paisagem única de toda a região. Uma curiosidade desse passeio dos lagos é que você atravessa a Cordilheira dos Andes de norte a sul e do sul ao norte.
Por fim paramos no Lago Fagnano. Esse lago tem aproximadamente 100 km de extensão, dos quais seus 95% encontra-se localizado na região argentina da Terra do Fogo, ficando os outros 5% em território chileno. Também com uma paisagem maravilhosa, ficamos bom tempo a admirá-lo e a caminhar por uma pequena parte de sua margem.
Dali, retornamos pelo mesmo caminho até o centro invernal, onde no restaurante, tivemos o prazer de degustar um maravilhoso churrasco de cordeiro.
Apesar de ser o mesmo caminho, na volta, como se está observando mais o outro lado das paisagens, a sensação é que estamos percorrendo uma outra estrada. Sem contar que a visão da Cordilheira dos Andes é algo realmente maravilhoso e inesquecível!
A patagônia é simplesmente um lugar que você vai querer voltar mais de uma vez, por que são tantas as opções que é difícil conseguir ver tudo em uma só viagem. Sem contar que ainda tem a parte chilena que, com toda certeza, é espetacular. Então só nos resta agora planejar a próxima viagem!
Texto: Camila Jasper Fotos: Lucas Jasper
Tem na verdade um grande e útil pedaço de informação.
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