Se você é uma dessas pessoas que adoram a natureza e sonham em conhecer lugares incríveis, mas não faz muito o tipo “aventureiro solitário perdido na selva”, precisa saber de uma novidade: o glamping.
Ok, o nome é estranho, mas podemos dizer que essa é a nova tendência do segmento hoteleiro e de viagens. Qual a ideia por trás disso? Juntar o que antes parecia improvável: a sofisticação de uma hospedagem de luxo ao clima e um acampamento ao ar livre.
Ficou interessado? Continue lendo e explicaremos direitinho o que glamping quer dizer.
Acampamento de luxo
O glamping nasceu para suprir a demanda de um perfil cada vez maior de viajante, que é aquele cara que busca destinos naturais fora do convencional, mas não dispensa as comodidades oferecidas pelos melhores hotéis.
O nome reúne dois universos que pareciam ser impossíveis de conciliar: “glamour”, com toda a pompa que isso envolve e “camping”, que remete a um conceito de simplicidade e improviso.
O objetivo é oferecer uma vivência junto à natureza, com atividades típicas de ecoturismo e turismo de natureza, como trilhas e trekking — com a diferença que, ao final da jornada, o usuário conta com toda a mordomia.
Os serviços oferecidos vão desde um café da manhã caprichado até pratos da alta gastronomia, acomodações luxuosas ou funcionais, serviço de quarto, Wi-Fi, chuveiro quente, etc.
Em geral, busca-se oferecer um toque de rusticidade e de conexão com a natureza. Por isso, as hospedagens no estilo glamping são feitas de maneira sustentável, em perfeita sintonia com o meio ambiente. Algumas, inclusive, operam dentro de áreas de preservação. É o caso do Safári Camp Korubo, instalado no Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins.
Barracas, vilas e kombis
Não existe uma definição formal de como um estabelecimento que atua nesse segmento deve ser. Dessa forma, é possível encontrar acomodações de todo tipo: barracas, cabanas no estilo lenhador, vilas no meio da mata, casas em árvores e até instaladas em vans e kombis. Tudo com muito conforto, é claro.
No Brasil, onde já há uma relativa oferta de serviços desse gênero, o nível das acomodações ainda não está no padrão dos glampings de destinos consolidados, como África do Sul e Estados Unidos. Mesmo assim, segundo a Associação Brasileira de Turismo de Luxo (BLTA), temos estabelecimentos em lugares remotos com ótima infraestrutura. O valor das diárias, estima a entidade, é compatível com a média internacional (entre R$ 400 e R$ 500).
No entanto, as hospedagens do tipo no Brasil têm uma peculiaridade: as mais procuradas não se encontram no meio da mata, mas à beira-mar. Exemplo disso é a pousada Guajiru Kite Safari, localizada em Itarema, no litoral do Ceará. Ali, a diária extrapola a média nacional: fica em torno de R$ 1.200.
Aventura familiar
Os estabelecimentos que operam segundo o conceito de glamping visam ao público das grandes cidades, gente sensível ao desejo de passar um tempo junto à natureza, mas sem assumir os apertos de uma experiência mais “roots”.
Um levantamento informal, realizado pela reportagem de O Globo, mapeou o seguinte perfil dos adeptos ao glamping: mulheres entre 35 e 65 anos, oriundas das três principais capitais do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte). A média de permanência delas é de dez dias.
Apesar disso, a proposta das operadoras é atingir outros tipos de público, como casais em busca de um interlúdio romântico e famílias procurando uma viagem de férias diferente. E, embora o conceito de glamour pareça espantar os bolsos mais conservadores, a verdade é que existem opções para variados orçamentos.
Glamping por aqui e pelo mundo
“O movimento glamping está crescendo, e não mostra sinais de que vai desacelerar”, afirma o Glamping.com, site que disponibiliza hospedagens em diversos destinos internacionais.
De fato, famosas redes hoteleiras estão aderindo ao modelo. É o caso da canadense Four Seasons, que implantou unidades na Polinésia Francesa, na Tailândia e na Tanzânia.
Na América do Sul, o pioneiro do segmento é o Ecocamp Patagônia, localizado no Parque Nacional Torres del Paine, no Chile. No Brasil, o já mencionado Safári Camp Korubo está entre os primeiros a importar o conceito de acampamento de luxo.
Para quem ficou com água na boca e não vê a hora de planejar a próxima viagem, seguem algumas sugestões de glampings pelo mundo:
Conestoga Ranch (Estados Unidos)
O Conestoga Ranch é um bom exemplo da variedade de experiências que o conceito de glamping oferece. Instalado à beira do lago Bear, em Garden City (Utah), o acampamento Conestoga faz o hóspede se sentir no Velho Oeste, com quartos instalados em carroças, como aquelas que desbravaram as planícies norte-americanas. Rodas em volta da fogueira, noites sob a luz das estrelas e um menu gourmet caprichado. Carroças para até 6 pessoas por US$ 151,33 a diária.
Dreamsea Surf Camp (Costa Rica)
O Dreamsea é um exemplo de glamping praiano. Localizado na praia de Tamarindo, um destino famoso entre os surfistas, o acampamento disponibiliza uma série de rústicas, porém confortáveis, barracas. O ambiente é descontraído e ideal para quem curte ioga, caminhadas em trilhas e, claro, pegar ondas. Diárias a partir de US$ 57, com café da manhã incluído.
Parador Casa da Montanha (Brasil)
Instalado em uma fazenda na região dos cânions, em Cambará do Sul (RS), o ecovillage Parador Casa da Montanha é uma excelente opção de turismo rural, com acomodações aconchegantes e atrações variadas, como trilhas e caminhadas, pesca esportiva e SPA. Preço por noite: R$ 469,50.
Ridgeback Lodge (Canadá)
Fazê-lo esquecer a rotina e reconectar-se com as pessoas: esse é o compromisso do Ridgeback Lodge, um estabelecimento localizado na Península de Kingston. Ideal para um fim de semana romântico (só permite adultos), o local oferece cabanas rústicas ou simpáticos domos para observação das estrelas. Acomodações a partir de US$ 155.
Ecocamp Patagônia (Chile)
Fundado em 2001 por dois engenheiros chilenos — que se inspiraram no lema “não deixe rastros” dos índios Kaweskar —, o Ecocamp Patagônia reúne uma série de domos geodésicos em plena paisagem selvagem da Patagônia Chilena. Construído em harmonia com a natureza, o local é perfeito para aventureiros e amantes da vida selvagem. A Venturas oferece roteiros para a Patagônia Chilena com pernoites no Ecocamp com preços a partir de US$ 1.371.
Peru Ecocamp (Peru)
O sonho de muitos aventureiros é conhecer Machu Picchu, a mítica capital do Império Inca. Para os que desejam fazê-lo com o maior conforto e comodidade, há o Peru Ecocamp.
Primeiro acampamento de luxo eco-friendly do Peru, o estabelecimento dispõe de cinco ecocamps distribuídos pela Trilha Salkantay — o menos explorado (e mais belo) caminho em direção ao Vale Sagrado. Entre os mimos, você dispõe de um menu de alta gastronomia, preparado por um chef que acompanha o grupo durante toda a jornada. Pacotes a partir de R$ 3.791 pela Venturas.
Uma pesquisa em qualquer site de hospedagens e muito mais opções de estabelecimentos no estilo glamping vão aparecer. É só questão de escolher o destino, planejar bem a viagem e curtir ao máximo a experiência.
Falando em planejamento, que tal incluir nos planos uma expedição à Patagônia? “Mas qual delas?”, você pode perguntar. “A argentina ou a chilena?”. Leia nosso post e você saberá exatamente o que vai encontrar em cada uma delas!