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Dia 4: Conhecendo a Chapada Diamantina em Sete dias

Tem dias que saímos com o objetivo de vencer desafios, superar limites, acreditar na força de vontade que temos, despistar os medos e romper barreiras colocadas por nós mesmos nas nossas cabeças. Assim começamos o quarto dia na Chapada Diamantina! Vale lembrar do uso do protetor solar na pele e de levá-lo na mochila para ir passando sempre que necessário, e de sapato confortável, óculos de sol, squeeze de água, lanche de trilha, alegria, disposição pois hoje vamos nadar nos cânions da Cachoeira do Buracão.

Chapada Diamantina em sete dias – Quarto dia

Cachoeira do buracão

Acordar cedo na Chapada Diamantina é ter o privilégio de poder ver seus montes todos cheios de neblina. Sabe aquela paisagem que você olha e não acredita no que está vendo, pois é justamente essa imagem que temos ao levantar cedo no Parque Nacional da Chapada. Aquele clima agradável, às vezes um pouco de garoa, as nuvens cobrindo os morros e você levanta e vai tomar seu café com essa paisagem. Realmente tudo isso não tem preço. 

Depois do café, nesse dia saímos por volta das 9:00 horas da manhã e não mais que uma hora de carro, em estrada de terra, nós chegamos ao ponto em que daria início à trilha, na entrada do Parque Municipal do Espelhado, seguimos pelo leito do Rio Espelhado rumo a Cachoeira do Buracão. Com 3 km de caminhada tranquila, fomos admirando o que a natureza tinha a nos oferecer.

Depois de aproximadamente uma hora de caminhada chegamos ao cânion do Buracão. Com seus enormes paredões estávamos diante do início da aventura. Para se chegar a cachoeira é necessário nadar no rio por um corredor em meio ao cânion de mais ou menos 100 metros de altura, para de fato poder ver e desfrutar da cachoeira que tem 90 metros de queda d’água.

Acesso à Cachoeira do Buracão
O cânion do Buracão com suas fantásticas paredes de pedras sobrepostas

É indescritível a emoção, só de ver os paredões do cânion. A sensação – por mais que você tenha dificuldades em nadar, como eu tenho – é de que você é capaz de flutuar nas águas só para poder chegar à cachoeira. Tudo é tão lindo que surge uma motivação que não sabemos de onde vem e apesar do receio de nadar, fui acompanhada do Jota e do Ítalo que me passaram a segurança que eu precisava.

Coletes salva-vidas e apoio dos guias para chegar na Cachoeira
Coletes salva-vidas e apoio dos guias para chegar na Cachoeira

O uso de coletes salva-vidas é obrigatório para todos e lá fomos nós. Alguns mais corajosos já pularam de um pequeno trampolim de pedra, enquanto nós descemos e nos rendemos a gelada e deliciosa água do rio. Fomos nadando pelo cânion e a sensação que tivemos foi de tanta felicidade que só nos restava aproveitar e sentir aquele momento. Ao nadar de costas é possível ver e sentir a grandiosidade daquele lugar, e olha que estávamos apenas no meio do caminho. Com uns 5 minutos nadando você chega ao lugar onde a cachoeira derrama suas águas e aí é realmente outro espetáculo. Nossa! Nós nunca tínhamos visto uma cachoeira tão bonita. Aos que gostam de mais emoção é possível banhar-se na sua queda d’água, e para os que desejam só apreciá-la também tem como subir nas rochas e tirar belas fotos.

Depois de um bom tempo de banho, fotos e descanso, era hora de voltar nadando pelo cânion, pois o passeio ainda não acabou. Voltamos, pegamos nossos pertences e seguimos retornando agora para poder ver toda sua beleza de cima. A sensação é ainda de mais beleza e não há palavra que possa definir a cachoeira do buracão.

Paramos para fotos, aproveitamos para hidratar e seguimos para o local que nos acolheria para um delicioso lanche. Chegando na pequenina Cachoeira das Orquídeas, nos acomodamos e fizemos nosso lanche. Já era por volta das 13:30 e a fome já estava grande. Sentamos, relaxamos e degustamos os quitutes apreciando a paisagem sob a sombra da vegetação. Era a hora de alimentar nosso corpo e pensar naquela experiência única que tivemos a oportunidade de ter nas nossas vidas.

Nessas paradas para lanche em meio à natureza é importante sempre lembrar que tudo que levamos nós trazemos de volta. Independente de ser lixo orgânico ou não, o que está conosco não pertence a natureza, e por isso é preciso salientar que não devemos deixar nada lá. Ao fazer isso nós estamos cuidando e preservando a natureza para que outras pessoas daqui a muitos e muitos anos possam também ter o privilégio que nós tivemos. Então é bom sempre termos cuidado com tudo que está na nossa mochila e não deixar nada nos lugares que se visita.

Rio espalhado e cachoeira das Orquideas
Chapada Diamantina, Cachoeira das Orquídeas

Acabamos nosso lanche e o som da água já nos convidava para mais um banho. Com bastante cuidado, pois as pedras ficam muito escorregadias. Nós chegamos até a pequena Cachoeira das Orquídeas e nos deliciamos nas suas águas. Pequena, mas de queda d’água forte a sensação que temos é de uma prazerosa massagem revigorante nas costas. Vontade de ficar mais tempo lá!

Terminado o lanche e o banho, era hora de seguir a trilha de volta. Após uns 40 minutos, chegamos ao carro e seguimos para a cidade de Mucugê, onde passamos a noite na Pousada Mucugê.

Uma das curiosidades que encontramos em Mucugê é vista logo na estrada que dá acesso à cidade. Uma construção do século XIX chama a atenção ainda na entrada, pois se trata do Cemitério Bizantino, onde é possível encontrar miniaturas de igrejas e de capelas em formas góticas e pontiagudas. Os túmulos, todos brancos, ganham iluminação azulada ao anoitecer.

A cidade, com ruas de pedras e casas estilo colonial bastante coloridas, nos remete à época da colonização portuguesa. Com origem também da mineração, teve seus tempos de glória, chegando a ter em torno de 30 mil habitantes. Atualmente tem 18.548 habitantes segundo dados do Ibge de 2010. Com clima ameno a noite, prepare um casaquinho pois as temperaturas costumam baixar. Nos acomodamos na pousada e depois saímos para jantar. A noite foi de pizzas!

Mais um dia de aventuras e a sensação de felicidade estava em todos nós. Era hora de descansar, repor as energias para o novo dia que prometia outras e novas emoções.

Texto: Camila Jasper   Fotos: Lucas Jasper.

Camila & Lucas Jasper, exploram lugares pelo mundo, conhecendo culturas e pessoas, compartilhando experiências vividas e reflexões. Eles vivem o sonho de experimentar o máximo de cada momento compartilhando a experiência no We Upp, através de vídeos, fotos e textos. www.weupp.com e  www.facebook.com/weuppworld
Veja abaixo os relatos dos demais dias e se tiver interesse em fazer uma viagem similar, clique para ver opções de pacotes de viagem para a Chapada Diamantina.

Camila Jasper

Viajar é mais que conhecer lugares, é admirar belezas, degustar novos sabores, refletir sobre outras culturas e voltar para casa com a bagagem cheia de novas experiências, conhecimento, fotos incríveis dos lugares visitados e claro, saudade das pessoas que conhecemos pelos caminhos. Por isso, busco através dos textos transmitir um pouco das experiências vividas nos destinos turísticos visitados, ilustrando com fotos e vídeos. Sou Camila Jasper, Produtora Executiva de Conteúdo da produtora Cine Travel, bem como do Blog Venturas Viagens e Revista Qual Viagem.

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